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Conhecimento que transforma a vida.

Evitar e alterar o controle por regra como uma estratégia de intervenção clínica
Steven Hayes, B. Kohlenberg & S. Melancon, Tradução: Lydia Akemy


Evitar e alterar o controle por regra como uma estratégia de intervenção clínica - Steven Hayes, B. Kohlenberg & S. Melancon, Tradução: Lydia Akemy

Introdução: se o comportamento governado por regra é tão onipresente como parece, é lógico que muitas desordens clínicas envolvam problemas no controle verbal de um tipo ou outro. Pelo menos, 4 tipos de problemas podem ser distinguidos.

   TIPOS DE PROBLEMAS NO CONTROLE POR REGRA

   Problemas na formulação de auto-regra.

   Uma pessoa verbalmente competente é falante e ouvinte ao mesmo tempo. É bem possível ouvir a sua própria fala. Esta conversa pode então participar no controle de outro comportamento.

   Existem diferenças naturalmente entre seguir as auto-regras e as regras feitas pelos outros. Em particular as contingências sociais envolvidas no acedimento (veja o capítulo 6 neste volume) não pode operar da mesma forma quando uma pessoa está ouvindo seu próprio discurso. Contudo, a formação de auto-regra é provavelmente muito importante no controle comportamental da impulsividade de outras ações. Sob um controle maior de contingências diretas.

   Desordens na formulação de auto-regras podem ocorrer, pelo menos de duas formas básicas. Primeiro, uma pessoa poderia falhar em formular regras quando é possível fazê-lo. Segundo, uma pessoa poderia formular regras mas o faz erradamente ou irrealisticamente. Muito da literatura de terapia cognitiva pode ser interpretada como numa tentativa em treinar indivíduos na formulação da própria regra (veja Poppen. capítulo 9 neste volume: Zettle & Hayes, 1982) Uma ênfase sobre o desenvolvimento de auto-regras precisas pode ser também discriminada na terapia orientada para o insight. Neste caso, a relação está estruturada de forma que o cliente é encorajado a trazer o comportamento verbal sob o controle de contatos diretos com eventos experenciados e não estados de habilidade-reforço (ex. esperanças ou medos) ou controle de audiência (ex. tentar agradar os outros).

   Problemas na formulação de regra de grupo

   Muitas das regras que guiam nosso comportamento podem ser aprendidas dos outros. Da mesma forma que a formulação de auto-regras pode causar problemas, os problemas podem ocorrer nas práticas de formulação de regras da comunidade verbal. Mas geralmente Culturas e subculturas particulares podem falhar em desenvolver regras adequadas ou podem desenvolver regras imprecisas. Por exemplo, uma subcultura religiosa pode desenvolver regras verbais sobre a fé curatista, que proíbe os adeptos a procurarem atendimento médico para doenças que ameaçam a vida. Igualmente, uma cultura pode falhar em dar qualquer guia verbal sobre questões importantes de saúde.

   Uma falha em seguir regras

   Não basta formular regras válidas. Elas devem também aprender a serem compreendidas e seguidas. Sem um repertório de ambos os aspectos de seguimento de regras, os padrões de comportamentos perturbados parecem prováveis. Em algumas circunstâncias; é desejável que as regras compitam efetivamente com os efeitos destrutivos de alguns tipos de controle de contingências imediatas. Por exemplo, um adolescente pode saber que tomando drogas adicionais provavelmente conduz a um final extremamente indesejável. Contudo a contingência social imediata e os efeitos imediatos da droga em si podem levar o adolescente a um padrão de drogadição. A regra "não tome drogas aditivas" significa estabelecer uma insensibilidade àquelas contingências diretas. Sem um padrão suficientemente forte do seguimento de regra, é muito mais provável que a pessoa tenha seu comportamento capturado pelas contingências imediatas, mesmo que o resultado seja destrutivo.

   Seguir regras, neste sentido, envolve dois aspectos distintos: compreender a regra e ativação verbal das funções comportamentais em termos de regra (veja o capítulo 6, neste presente volume). Algumas técnicas clínicas tem sido orientada para um aumento da compreensão, mas a maioria dos procedimentos assume que as pessoas podem organizar eventos em termos de uma regra. O foco da maioria das intervenções clínicas, portanto, é estabelecer o seguimento de regras em si, uma vez que a regra seja compreendida.

   Algumas das técnicas usadas com pessoas impulsivas ou com alterações de caráter podem ser entendidas como uma tentativa de estabelecer um grau maior de seguir regras. Por exemplo, os programas de tratamento de drogas, tais como o Synanon, são altamente regulamentados, com muitas regras de conduta claramente fixadas. Obediência às regras é promovida através das reuniões de grupo focadas nas infrações das regras pelos membros do grupo. Este intenso controle social pode ser compreendido como uma tentativa de estabelecer o acedimento em relação às regras da casa. Contingências sociais fortes e consistentes são dadas para o seguimento das regras, talvez com a esperança de que resultem num maior grau de insensibilidade às contingências indesejáveis e imediatas.

   Excessivo seguimento de regra

   Chegamos agora ao foco deste capítulo. O comportamento governado por regra não pode captar completamente, o refinamento do comportamento controlado diretamente pela experiência. Dirigir um carro depois de ter lido um livro sobre direção não é o mesmo que dirigir depois de ter dirigido por muitos meses. Interagir com membros do sexo oposto após ter lido um livro sobre isso, não é o mesmo que uma interação individual socialmente experenciada.

   Contudo, não é apenas uma questão de ter experiência suficiente. Algumas regras podem estar apoiadas tão difusamente pela comunidade verbal que a experiência direta não pode, contudo, superar os efeitos da regra. Em outros casos, o uso prévio de uma regra pode interferir no controle pela experiência direta de forma que os benefícios da subsequente experiência direta sejam atenuados.

   A literatura revisada neste livro leva em conta que a insensibilidade ao controle da contingência direta é um efeito secundário típico do controle verbal. Mas há muitas vezes, em que o controle pelo contato direto com o mundo é desejável. Naquele contexto, é extraordinária a frequência com que os terapeutas confiam na instrução direta para produzir benefícios terapêuticos. Terapias diretivas, tal como a Terapia Racional Emotiva (Fllis, 1962) e quase todas as técnicas de terapia comportamental aplicadas em adultos (ex. Lutzker & Martin, 1981: Rimm & Masters, 1979) confiam fortemente em instruir diretamente o comportamento do cliente. Avanços em nossa compreensão no governamento por regra está, gradualmente, cortando fora as bases de muitas destas técnicas comportamentais.

   Por outro lado, as terapias "não comportamentais" começaram a se mostrar mais consistentes com a literatura comportamental básica. Por exemplo; a Gestalt terapia (Perls, 1969; Perls, Hefferline & Goodman; 1951) defende os aspectos experimentais da aprendizagem: deve-se experienciar o "agora" antes real, assim uma mudança permanente pode ocorrer. Similarmente, as psicoterapias orientadas para o relacionamento(ex. Strupp & Rinder, 1984): Woiss & Sampson, 1984) também enfatizam muito as experiências que ocorrem durante o relacionamento terapêutico como sendo crítico na produção da mudança do comportamento.

   Quando o controle instrucional é indesejável, dois rumos parecem disponíveis: evitar o controle verbal ou alterá-lo de forma a diminuir seus efeitos produtores de insensibilidade. Neste capítulo, focaremos as duas estratégias. Não é, naturalmente, que o controle verbal em si seja prejudicial. A própria civilização é baseada no controle verbal. Além do mais, alguns dos métodos descritos neste capítulo tentam usar os efeitos das regras produtoras de insensibilidade de formas mais úteis. Sua ênfase primária; contudo, está na esquiva e na alteração do controle por regra.

    EVITANDO O CONTROLE POR REGRA: A ESTRATÉGIA DA MODELAGEM DIRETA

   Consideraremos dois típicos como exemplo da estratégia de modelagem direta. Primeiro; discutiremos a área do treinamento de habilidades sociais e mostraremos como as questões sobre o comportamento governado por regra e modelado por contingência se aplicam. Alguns resultados preliminares de uma abordagem e modelagem direta para o treinamento das habilidades sociais serão então descritos. Segundo uma terapia comportamental orientada para o relacionamento chamado Psicoterapia Funcional Analítica (Kohlenberg & Tsai, 1987) será descrita e discutida à luz desta distinções.

   TREINAMENTO DE HABILIDADES SOCIAIS

   As abordagens comportamentais para o treinamento de habilidades sociais, tradicionalmente tem sido conduzidas pelas seguintes suposições. Primeiro, o indivíduo sendo treinado é visto como sendo deficiente ou excessivo em determinadas áreas particulares de habilidade. Segundo, supõe-se que o terapeuta/experimentador pode identificar e descrever as habilidades sociais que são necessárias para o cliente/sujeito adquirir ou mudar. Terceiro, supõe-se que o terapeuta será capaz então, de usar instruções verbais (as vezes em conjunto com dramatização e modelação) para estabelecer os comportamentos especificados. Quarto, o terapeuta pode posteriormente, modelar o desempenho dando Feedback à medida que o desempenho aproxima-se do ideal ordenado (ensinado) (Devany & Nelson, 1986), criando assim no indivíduo um comportamento novo e mais efetivo. Embora esta tradicional abordagem de "habilidades componentes" para o treinamento de habilidades sociais tenham demonstrado alguns sucessos, permanece problemática pelas seguintes razões:

   Operacionalização do comportamento alvo

   A abordagem de componentes de habilidade para o treinamento de habilidades sociais constrói a noção de que é possível operacionalizar o comportamento particular que se deseja estabelecer. Descrever os componentes específicos da "habilidade social" é muito difícil, contudo (Ciminero, Calhoun &Adams, 1977; Conyer & Conger, 1982). Devido a supor-se que somente quando o comportamento alvo pode ser operacionalizado, então o terapeuta ou experimentador pode modelar aproximações sucessivas ao comportamento desejado, literalmente centenas de estudos tem sido feitos durante os últimos 20 anos para identificar os componentes da habilidade social (Rosenfarb, Hayes & Linchan, no prelo). Assim, somente um punhado de componentes foram identificados que juntos, são responsáveis por somente uma fração da variância nos desempenhos sociais.

   O problema parece ser que, os comportamentos sociais são extremamente complexos e difíceis de numerar. Habilidades sociais podem envolver classes totais de comportamentos que tem similaridades funcionais mas poucas similaridades estruturais. Além da forma dos comportamentos envolvidos, questões complexas como tempo certo, controle situacional, etc, torna difícil desenvolver uma lista dos componentes das habilidades sociais.

   Dada a nossa suposição de que uma resposta não tem significado independente de seu contexto (Skinner, 1969), a especificação dos comportamentos alvos é impossível sem a referência do contexto. Quando o contexto é ignorado, nós só podemos confiar nas descrições topográficas do comportamento, ou seja, sobre a estrutura ao invés da função do comportamento. Tal abordagem distorce uma perspectiva comportamental totalmente. Um sorriso que apareceu após ser dito "sorria" e eu te darei uma moeda" é realmente um comportamento diferente do que um sorriso que aparece depois de ver uma carta de um velho amigo na caixa do correio.

   Lidando com alguns tipos altamente discrimináveis de dificuldades sociais, tais como comportamento envolvendo violência ou auto-destruição ou higiene precária, definições estruturais podem ser adequadas devido a um contexto social consistente pode ser assumido. Higiene precária tem maior probabilidade de ter resultados similares numa grande variedade de situações sociais e a mensuração das topografias comportamentais não podem, neste caso, produzir confusões.

   Outros atos são altamente variáveis na forma e os efeitos são dependentes do contexto. Por exemplo, quando se tenta responder questões tais como "como eu posso me aproximar das pessoas?" ou "por que eu atraio pessoas que eventualmente me abandonam?", a dificuldade com a confiança sobre a estrutura torna-se óbvia. Assim, embora a literatura das habilidades sociais tradicionalmente tenha valorizado a operacionalização topográfica dos comportamentos alvos, há muitos problemas com esta abordagem quando tenta permanecer consistente com uma abordagem funcionalista do problema.

   Se alguém está comprometido com a mensuração do contexto, a natureza deselegante de uma abordagem de déficits de habilidade também se torna óbvia. Mesmo se fosse possível nomear cada componente da habilidade e relacionar cada um a cada contexto concebível, o livro de regras resultante poderia aparentemente conter milhares de regras e seria virtualmente impossível ensiná-las. Finalmente por que muitos comportamentos sociais são convencionais, parece provável que o papel de muitos componentes mudaria com o tempo, de forma que o livro de regras teria que ser readaptado continuamente.

   Generalização

   Um problema adicional que tem atormentado a literatura tradicional de habilidades sociais comportamentais é o da generalização. Apesar da mudança comportamental ser vista frequentemente dentro do contexto que ocorreu o treinamento, é difícil obter mudanças que generalizam-se a outras situações (Devany & Nelson; 1986; Gallassi & Gallassi, 1979).

   Treinamento governado por regra

   Dada a literatura básica sobre o governo por regra, segue-se que se alguém tenta instruir um comportamento particular, então o comportamento pode tornar-se relativamente insensível a muitas outras contingências que estão operando num dado momento. Mesmo se pudessem identificar um conjunto particular de comportamentos que poderia beneficiar um indivíduo a adquirir, estabelecer este conjunto através de instruções verbais poderia funcionalmente tornar o comportamento insensível à situação que difere da situação de treino. Em outras palavras, o comportamento estaria sob o controle das instruções do terapeuta e não na situação social em que o indivíduo se encontra (Azrin & Hayes, 1984).

   Em alguns aspectos, isto deixa a abordagem dos comportamentos das habilidades num dilema. Mesmo que a dificuldade da tarefa em identificar os comportamentos alvos apropriados possa ser superada, instruindo estes comportamentos alvos pode induzir uma insensibilidade indesejável aos afeitos da experiência social direta. Como podem ser avaliadas e tratadas as habilidades sociais se os componentes específicos são, ao mesmo tempo, desconhecidos e não ensináveis (instruíveis?).

   Treinamento modelado por contingências

   Vários estudos emergiram de nossos laboratórios que atestaram para o problema do treino de habilidades sociais, apesar de permanecer em contato com as questões anteriormente descritas. Nossa estratégia geral tem sido expor os clientes às condições sob as quais as habilidades sociais podem ser adquiridas pela experiência direta.

   Nosso primeiro estudo focalizou-se sobre a sensibilidade do cliente às dicas sociais indicando interesse. Raciocinamos que se os sujeitos poderiam saber quando eles teriam um impacto positivo sobre os outros, então eles seriam capazes de aprender pela experiência direta quais os comportamentos sociais relacionados com tais efeitos.

   Focalizamos sobre as pistas de interesse em interações heterossociais (Azrin & Hayes, 1984). Aos sujeitos masculinos foi pedido que eles assistissem uma conversação em videotape de uma mulher com um homem desconhecido (invisível). Os sujeitos poderiam ver o rosto e o corpo da mulher: a porção sonora da fita desligada. Após um minuto os sujeitos classificaram o quanto eles pensaram que a mulher estava interessada no homem com quem ela estava conversando.

   Uma variedade de mulheres foram observadas. No videotape original, a conversação entre o homem e a mulher foi suspensa a cada minuto e a ambos era pedido que confidencialmente classificassem seu interesse no parceiro durante o minuto anterior. Usando as classificações das mulheres como critério, as classificações dos sujeitos masculinos poderiam ser avaliadas para sua precisão. Isto permitiu uma avaliação de sensibilidade masculina às pistas sociais de interesse. Não sabemos a que pistas especificadas os bons classificadores estavam respondendo, mas não precisamos sabe-las a fim de avaliar o grau de sensibilidade social dos sujeitos.

   Um tratamento experiencial foi desenvolvido com base no critério de classificação. Após os sujeitos classificarem o grau de interesse da mulher no seu parceiro invisível, metade dos sujeitos receberam feedback de como a mulher realmente estava enquanto que a outra metade não recebeu feedback.

   Os resultados sugerem que como um resultado do treino, os sujeitos, melhoraram a sua habilidade: para discriminar o interesse; que esta habilidade generalizou-se para mulheres previamente invisíveis (não vistas); e que os sujeitos na condição de feedback demonstraram progresso nas atuais habilidades sociais em condições subsequentes de dramatização. O mais importante é que esta melhora ocorreu sem qualquer tentativa de operacionalizar que comportamentos constituíam sensibilidade social e, dessa maneira nenhuma tentativa foi feita para instruir (ensinar) estes comportamentos.

   Este estudo não tentou competir as instruções contra a experiência, mas ele efetivamente demonstrou que uma habilidade social pode ser avaliada e treinada sem ter que determinar os componentes da habilidade e sem usar qualquer instrução verbal sobre tais componentes.

   Rosenfarb, Hayes e Linchan (no prelo) comparou o treino de habilidades sociais experenciais e instrucionais no treinamento de adultos com dificuldades sociais. Neste estudo, 36 adultos receberam treinamento voltado para melhorar suas habilidades assertivas. No contexto de repetidas dramatizações de cenas sociais, um terço do grupo recebeu instruções de como tornar-se mais assertivo, um terço foi auxiliado a desenvolver suas próprias regras de como melhorar e um terço não recebeu regras e não foram encorajados a desenvolver as suas próprias. Um quarto grupo serviu como controle de lista de espera. À metade dos sujeitos através das 3 principais condições (regras, auto-regra e sem regras) foi dada também feedback não instrucional sobre seus desempenhos: à metade não foi dado feedback. Na condição de feedback, o experimentador simplesmente afirmou sua "reação atrevida" sobre a qualidade do desempenho dramatizado. Nenhum feedback foi dado sobre os comportamentos que o terapeuta gostou ou não.

   Os resultados deste estudo sugerem que os sujeitos recebendo feedback melhoraram mais do que os sujeitos que não o receberam e foi mais provável terem desenvolvido comportamentos que se generalizam para situações.

   Neste estudo, os sujeitos foram capazes de aprender habilidades sociais efetivas sem instruções ou feedback diretivo verbal. O experimentador não precisa saber que componentes leva a uma classificação alta. Tudo o que era exigido é que o experimentador fosse capaz de distinguir os desempenhos socialmente efetivos dos inefetivos de um modo global. De fato classificações globais de habilidades sociais são como frequência, altamente confiáveis entre os classificadores, mesmo quando eles eram ingênuos sobre as definições formais de habilidade social. Apenas pela participação virtual da cultura, a maioria de nós conhece as boas habilidades sociais quando as vemos. Assim, as habilidades sociais foram avaliadas e tratadas, mas sem primeiro ter que saber quais habilidades necessitariam ser melhoradas.

   Esta linha de pesquisa está ainda nos seus estágios iniciais. Ela demonstra contudo, que as abordagens instrucionais não são necessárias na terapia comportamental, por mais onipresente que possam ser. É interessante que tanto esforço tenha sido colocado neste caso sem êxito, na geração das regras de conduta para o uso clínico. A literatura no governo por regra debilita o racional para o esforço; trabalhos tal como o relatado aqui abala sua necessidade.

   PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA

   Psicoterapia Funcional Analítica é de interesse porque é uma técnica de tratamento que conscientemente tenta evitar a dependência de instrução. Ao invés disso, o relacionamento terapêutico em si é usado para modelar comportamentos mais efetivos.

   Base teórica

   Kohlenberg e Tsai (1987) descreveram a Psicoterapia Funcional Analítica como uma abordagem à Psicoterapia que é derivada diretamente de uma estrutura conceitual skinneriana. Ao contrário de Ferster (1972) e Skinner (1953), que escreveram as descrições behavioristas radicais da psicoterapia psicanalítica, a Psicoterapia Analítica Funcional distingue-se significadamente destas tentativas iniciais para analisar psicoterapia uma vez que ela oferece um novo conjunto de diretrizes para a prática da psicoterapia que estão amarradas ao contato dos autores com os escritos de B.F Skinner (1945, 1953 e 1957).

   Embora as escoras conceituais da Psicoterapia Funcional Analítica sejam atribuídas ao bahaviorismo radical, as técnicas incluindo-as são ditas também para serem modeladas por contingência. Kohlenberg e Tsai são psicólogos clínicos que notaram durante anos que alguns de seus clientes demonstraram mudanças dramáticas e difusas (penetrantes), "muito além dos objetivos fixadas para a terapia" e que para estes clientes, o relacionamento terapêutico era particularmente intenso. Psicoterapia Funcional Analítica foi desenvolvida em parte então, a fim de ..."levar o terapêuta a um relacionamento de suporte, sensibilidade genuína, envolvente e emocional com seu cliente, enquanto que ao mesmo tempo capitalizando definições do behaviorismo radical em termos de clareza e lógica.

    Linhas norteadoras e razão.

   A Psicoterapia Funcional Analítica enfatiza o papel de reforçamento na mudança do comportamento operante. Reforçamento, como é bem conhecido, é mais efetivo quando ocorre imediatamente após o particular comportamento de interesse. Portanto, os procedimentos da Psicoterapia Funcional Analítica são orientados para aumentar a discriminação de comportamentos clinicamente relevantes como eles ocorrem durante a sessão, um passo necessário ao estabelecimento do estágio onde comportamento pode ser imediatamente reforçado.

   Reforçamento

   Emprestando os conceitos de Ferster (1967), os autores sugerem que sempre que possível, reforçamento natural e não arbitrário deveriam ser usados no ambiente da terapia. Ferster sugeriu essencialmente que o reforçamento deveria combinar, tão intimamente quanto possível, o que poderia ocorrer no ambiente natural, de forma a facilitar a generalização quando o tratamento parar e evitar poderosos combates e resistências .Reforçadores que formalmente estão tão próximos do que é visto no ambiente natural são identificados por Ferster; como naturais. Reforçadores que são diferentes do que é naturalmente encontrado no ambiente como consequência de um particular comportamento são descritos como reforçamento arbitrário. Contudo no ambiente da terapia, gratificando um contato visual apropriado com dinheiro, fichas ou por dizer "Bom! Eu gosto quando você me olha!" seria arbitrário, enquanto que gratificar o comportamento com maior atenção do terapeuta seria um exemplo de um reforçamento natural. Assim a atenção sedimentada do terapeuta seria uma consequência natural para um contato visual pobre, enquanto que uma multa financeira ou um grito "não" seria uma consequência arbitrária.

   Embora o reforçamento seja extremamente importante na Psicoterapia Funcional Analítica, a habilidade para discriminar os comportamentos a serem reforçados é igualmente importante. Psicoterapia Funcional Analítica enfatiza que existem vários tipos de comportamentos.

    Comportamento Clinicamente Relevante -1

   Quando instâncias reais do comportamento de interesse ocorrem na terapia, estas são denominadas de "Comportamentos Clinicamente Relevantes -1". Por exemplo, os autores descrevem um homem cujo principal problema era evitar cair em relacionamentos amorosos. Durante a hora da terapia, ele vigiava o relógio de forma que ele pudesse terminar na hora, ele cancelou a próxima, a sessão após fazer uma importante auto-exposição e ele sempre decidiu antes da hora sobre o que falar durante a sessão. Através do curso do tratamento estes comportamentos clinicamente relevantes deveriam diminuir.

    Comportamento Clinicamente Relevante -2

   Quando os indivíduos vêm à terapia basicamente porque eles estão deficientes em certos repertórios, estes repertórios baixos ou não existentes são rotulados de "Comportamentos Clinicamente Relevantes 2". Por exemplo; se um cliente sente-se mal porque ele é frequentemente ignorado nas conversas, ele pode ter vários tipos de deficiência de repertório. Se durante a sessão, o terapeuta o interrompe ou o ignora, o cliente poderia desenvolver, possivelmente a habilidade de discriminar o declínio no interesse do terapeuta e então mudar o tópico ou dirigir a atenção do terapeuta de volta à conversa. Comportamentos Clinicamente Relevantes 2 são comportamentos que poderiam aumentar através de todo o curso da terapia.

     Comportamento Clinicamente Relevante 3

   Este comportamento refere-se aos Clientes que verbalizam sobre seu próprio comportamento e o que parece causá-lo. Comportamento Clinicamente Relevante 3, envolve a observação de seu próprio comportamento e os estímulos reforçadores, discriminativos e eliciadores que o cercam. Pode também incluir a identificação de eventos que ocorrem na terapia como funcionalmente equivalentes aos eventos que ocorrem fora da terapia. Por exemplo, "Eu estou reagindo à sua sugestão de me vestir melhor da mesma forma que eu reajo quando meu namorado me critica". Desenvolvendo o comportamento de descrever relações funcionais pode ajudar na obtenção de reforçamento.

   Regras de Terapia

   A fim de conduzir de fato a Psicoterapia Funcional Analítica, os autores oferecem 5 regras estratégicas de técnicas terapêuticas. São regras estratégicas no sentido de que elas não proscrevam a forma específica de comportamento, mas ao invés disso, apontam para as estratégias a serem adquiridas amplamente através da experiência direta. Regras tais como "a prática faz a perfeição" são regras que em si mesmas são pouco prováveis de induzir insensibilidades nocivas no clínico.

   Regra 1: Desenvolver um Repertório para observar Possíveis exemplos (amostras) de comportamento clinicamente relevantes que ocorrem durante a sessão de terapia.

   O autor afirma que teoricamente esta regra sozinha seria suficiente para um tratamento bem sucedido. O desenvolvimento de repertório de observação num tratamento é muito difícil de instruir e é muito provavelmente modelado por contingência.

   Regra 2: Construir um ambiente terapêutico que intensifique a evocação de comportamento clinicamente relevante.

   Na maioria dos casos, os autores argumentam que, os comportamentos clinicamente relevantes ocorrem sem o terapeuta ter que tomar medidas especiais. As vezes, contudo, ambientes especiais necessitam ser construídos. Se os clientes relatam ter problemas de relacionamento que somente emergem quando seus cônjuges estão presentes, por exemplo, os comportamentos clinicamente relevantes podem aparecer em terapia de casais, mas não em terapia individual.

   Regra 2: Arranjos para reforçamento positivo do comportamento clinicamente relevante 2.

   Dada a sensibilidade que os autores tem com as questões de reforçamento arbitrário/natural ,eles hesitam em especificar quaisquer formas particulares de comportamento por parte do terapeuta que poderia agir potencialmente como reforçadores. Se eles o fizerem assim, eles poderiam interferir realmente com a disponibilidade dos reforçadores "mais naturais" ao terapeuta.

   Os terapeutas são membros da comunidade social, além de serem terapeutas. Contudo, as respostas espontâneas que eles tem para os clientes seriam representativas das respostas dos indivíduos com quem o cliente interesse fora da terapia. As reações privadas do terapeuta são portanto dados importantes.

   Embora o ambiente terapêutico seja, em muitos aspectos, idênticos ao ambiente diário do cliente, existem diferenças importantes. No ambiente terapêutico, o terapeuta esperançosamente, tem as habilidades de ampliar suas reações privadas, de forma a serem mais benéficas ao cliente. Fazendo isso, o terapeuta está emitindo um comportamento verbal que é "autoclítico" (Skinner, 1957) - ele serve para "aumentar e aguçar o efeito sobre o ouvinte" (p.369).

   Dada a importância das reações privadas do terapeuta por ocasião de seu próprio comportamento na sessão, certos traços do terapeuta tornam-se importantes de acordo com Kohlenberg e Tsai. Primeiro. O terapeuta deve discriminar o que reforçar (regra 1). Segundo, os esforços deveriam ser feitos para combinar os clientes com os terapeutas que são mais prováveis de serem reforçados pelo progresso em direção aos comportamentos alvos do cliente. Por exemplo, uma cliente interessada em aprender a se auto-repor mais em seus relacionamentos pessoais ficaria melhor com um terapeuta que tenha tais habilidades em seu próprio repertório.

   Regra 4: Desenvolver um repertório para observar as propriedades potenciais de reforçamento do comportamento do terapeuta que são contingências à ocorrência do comportamento clinicamente relevante do cliente.

   Se os terapeutas tem emitido comportamento que eles pensam estar agindo como reforçador, seria importante que eles observassem se estão de fato no momento, aumentando, diminuindo ou não tendo efeito sobre um comportamento particular do cliente. Feedback deste tipo levaria a mudanças nos comportamentos do terapeuta que poderia torná-los mais efetivos.

   Regra 5: Desenvolver um repertório para descrever relações funcionais entre as variáveis controladoras e o comportamento clinicamente relevante.

   Os autores sugerem que, fortalecendo os repertórios verbais pelo cliente que descrevem relações funcionais envolvendo comportamentos clinicamente relevantes (ocorrendo dentro ou fora da terapia), seria um importante passo no aumento das chances do cliente em obter reforçamento. O terapeuta pode auxiliar o cliente a construir este tipo de repertório por si mesmo, emitindo frases sobre as relações funcionais sobre os eventos na sessão de terapia. Por exemplo, dizendo ao cliente "sempre que eu pergunto sobre seus sentimentos em relação a mim, você muda de assunto" (Kohlenherg & Tsai, 1987, p.411) ou " quando eu lhe falo que eu realmente me importo com você e que eu gostaria que você soubesse dos meus sentimentos, você reage de um modo impessoal. Esta reação faz-me sentir como se meus sentimentos não fossem válidos e punida por eu dizer que eu me importo, eu acho que é por que você reagiu da forma que fez, ou seja, você não quer que eu exponha minhas preocupações e meus sentimentos positivos por você". (Kohlenherg & Tsai, 1987, p.412).

   Afirmação deste tipo serviriam para criar um contexto no qual as emoções não seriam vistas como ocorrências randômicas, mas ao invés disso, como o resultado dos reais eventos discriminativos, que seriam reduzidos ou aumentados, se assim fosse desejado. Assim como a terapia orientada para o insight, tais procedimentos poderiam desenvolver um repertório mais preciso de auto-regras, baseado no contato direto com o fenômeno de interesse.

    Psicoterapia Funcional Analítica e Governo por regra

   Os procedimentos ressalltados aqui são destinados a produzir mudanças nos comportamentos do cliente e do terapeuta que são amplamente modelados, não instruídos. Em vez de criticar a terapia comportamental anterior que confia no controle instrucional, a Psicoterapia Funcional Analítica é orientada para modelagem e o reforçamento. O terapeuta evita utilizar as "regras" para criar mudança no comportamento, amplamente porque, as regras podem produzir comportamento que é funcionalmente diferente do comportamento que foi modelado.

   O único tipo de regra que é formalmente encorajada nesta abordagem é o rastreamento de tatos precisos. Tanto o cliente como o terapeuta são encorajados a verbalmente descrever as contingências que cercam experiências particulares (comportamento clinicamente relevante 3). Eles são encorajados a estarem em contato direto com as experiências que ocorrem na sessão e a gerar frases sobre as relações contingênciais que parecem existir.

   Psicoterapia Funcional Analítica é uma terapia difícil para muitos terapeutas, pois exigem que o terapeuta produza efeitos, em parte pelas suas reações "naturais" ao comportamento do cliente. Exige que o terapeuta esteja bem envolvido com o cliente e que suas reações privadas ao cliente sejam examinadas continuamente. Isto é muito diferente de outras abordagens comportamentais à terapia, onde o terapeuta pode utilizar instrução enquanto permanece pessoalmente fora e distante da sessão.

   Como anteriormente discutido, muito da literatura sobre as habilidades sociais é baseada na noção de que comportamento particular que se deseja estabelecer ou reduzir pode ser operacionalizado. Contudo, habilidade social pode ser afetada sem esta ocorrência, como nós demonstramos (Azrin & Hayes. 1984; Rosemfarb, Hayes & Linchan, no prelo).

   A Psicoterapia Funcional Analítica lida com esta questão selecionando terapeutas que já tem os comportamentos-alvos globais dos seus clientes em seus repertórios. A idéia é que sem ter que definir os componentes de, dizermos "ser capaz de ter intimidade com outros", os terapeutas provavelmente são mais capazes de modelar aproximações em direção a estas habilidades, se eles mesmos forem efetivos nisto. O repertório e a história do próprio terapeuta é usada como um método para definir categorias funcionais do comportamento. Continuando com o exemplo, uma descrição estrutural, topográfica de certos comportamentos necessários para a intimidade não é necessária, por que os terapeutas podem notar as reações em si mesmos que, por exemplo, funcionalmente produzem a intimidade ao invés de comportamentos que então tem sido estruturalmente definidos como "componentes do comportamento íntimo".

   A abordagem de Kohlenberg e Tsai (1987) é planejada para produzir mudanças que são "além dos objetivos fixados na terapia". Por enquanto, isto não foi demonstrado empiricamente. A literatura sobre governo por regra fornece entretanto um suporte conceitual para a possibilidade. Ao contrário de regras específicas orientada para problemas específicos, o produto desta abordagem é pelo menos planejada para ser uma habilidade geral de observar a experiência direta de uma pessoa e a produção de auto-regras que intimamente correspondem a ela. Esta habilidade geral naturalmente pode ser aplicada a qualquer problema que a vida apresenta. Naturalmente, não podemos saber de antemão o que um cliente confrontará durante o curso da terapia ou o que ocorrerá depois da terapia. Contudo, treinando uma "abordagem" que pode generalizar a uma ampla variedade de coisas que alguém se confronta é particularmente valioso.

   Skinner (1972) em seu ensaio "Criando o Artista Criativo" apresenta uma análise de produção da criatividade que pode ser análoga ao clínico criando as condições exigidas para um cliente a abordar a vida de uma maneira flexível, criativa e adaptativa. Skinner sugere que "O artista jovem pode ser ensinado, por exemplo, a tolerar os efeitos que anteriormente rejeitou, de forma a permitir alguns traços para o bem dos outros, parar de pintar no tempo, etc."(p. 340). Em outras palavras, existem alguns elementos do processo de criação de alguma forma significativos que podem ser ensinados, mas o produto real que o artista produz não é algo que poderia ser especificado de antemão. A terapia, semelhantemente, pode ser mais generalizável quando o objetivo é modelar uma abordagem para a vida, alguns (mas não todos) os aspectos dos quais são difíceis de especificar.

   A Psicoterapia Funcional Analítica é, ainda, de valor desconhecido. Seus princípios operantes tem, contudo, sido divulgados pela literatura atual sobre o governo por regra. Poucas técnicas comportamentais são sensíveis às desvantagens (downside) do governo por regra e pouco trabalho empírico tem sido ainda feito sobre estas técnicas. A Psicoterapia Funcional Analítica é, então oferecida, não ainda como uma clara alternativa, mas como um desafio às suposições das técnicas de terapia comportamental existentes.

     ALTERAÇÃO DO CONTROLE POR REGRA: A ESTRATÉGIA DE RECONTEXTUALIZAÇÃO

   Voltamo-nos para as técnicas que tem como sua meta uma alteração dos modos nos quais as regras funcionam. Algum tipo de controle por regra precisa ser diminuído; outros tipos aumentados. Na abordagem que se segue, tentaremos alterar os meios pelos quais as regras funcionam alterando o contexto no qual elas ocorrem.

   RELAÇÕES COMPORTAMENTO-COMPORTAMENTO

   A maioria das psicoterapias de adultos lida, implícita ou explicitamente, com o papel dos pensamentos e sentimentos dos clientes. Na medida em que os pensamentos são reconhecidos como comportamentos, a questão "que papel os pensamentos desempenham" no controle do comportamento humano?" seria mudado para "que tipos de contingências levaria um comportamento a ocorrer e a influenciar outro comportamento?" esta reformulação tem um enorme impacto sobre os tipos de.???

   Controle

   O segundo objetivo do Distanciamento Compreensivo é focar as questões do controle emocional e cognitivo. Como mencionado antes no momento em que o cliente vem à terapia, ele já está bem inclinado a ver muitos dos seus problemas como relacionados à falha no controle de pensamentos e sentimentos em sua vida (ex. temperamento, ansiedade, depressão). Este ponto de vista tem sido amplamente apoiado pela comunidade sócio-verbal e recentemente, por muitas teorias psicológicas que estiveram bastante expostas entre os leitores não-profissionais. Por exemplo os clientes podem pegar qualquer revista no consultório do médico e aprender técnicas para substituir a ansiedade por relaxamento, pensamentos depressivos por felizes, uma auto-imagem baixa por pensamento positivo, etc.

   Vemos tais tentativas de controlar eventos privativos (pensamentos, sentimentos, opiniões, etc) como as próprias causas de muitas das grandes dificuldades da vida. Aos clientes é dito que a regra "Se eu não quero fazer isso, livro-me disso" é inefetiva no mundo da experiência privada, a despeito de suas razões óbvias e vantagens no mundo físico em torno delas. Ou melhor, no mundo dentro da pele, a regra pode ser mais precisamente expressa: "Se você não está querendo isso, você já conseguiu". Tentando livrar-se da ansiedade, inevitavelmente conduzirá aos pensamentos sobre a ansiedade; produzindo deste modo a verdadeira causa que o cliente está procurando eliminar: tentando não estar depressivo, está se deprimindo. Uma metáfora é usada para explicar este ponto:

T   ERAPEUTA: Suponha que eu tivesse amarrado você a um polígrafo muito refinado. É uma máquina tão refinada que não há simplesmente meios de você provavelmente tornar-se ansioso sem o meu conhecimento disso. Imagine agora que eu tenha lhe dado uma tarefa muito simples: Não fique ansioso. Contudo, para ajudar a motivá-lo, eu saco uma arma. Eu lhe digo que para ajudá-lo a trabalhar nesta tarefa eu segurarei meu revólver na sua cabeça. Durante o tempo que você não ficar ansioso, eu não atirarei em você, mas se você ficar ansioso, você será fuzilado. Você pode imaginar o que poderia acontecer?

   CLIENTE: Eu certamente seria fuzilado

   TERAPEUTA: Certo. Não há como você seguir esta regra. Se é crítico não estar ansioso, advinha o que você conseguirá?. Esta não é uma situação forçada. É exatamente a situação que você está nesse exato momento. Ao invés de uma polígrafo, você tem algo até melhor: seu próprio sistema nervoso. Ao invés de um revólver, você tem sua auto-estima ou seu sucesso na vida aparentemente à mostra. Assim, o que você consegue?. Você não percebeu que a coisa mais deprimente a fazer é tentar eliminar sua depressão?. A raiva parece deixá-lo louco - a ansiedade deixa-o ansioso. É uma estrutura. Estamos aplicando uma regra que funciona perfeitamente bem numa situação dentro de uma situação em que a mesma regra é um desastre. E não é apenas sentimentos. Suponha que você tenha um pensamento que você não pode permitir. Assim você tenta não pensar nele. Isto funciona realmente bem, não é?. Tente agora. Não pense em "donuts" de geleia; não pense em corridas de carros; não pense em sua mãe. O que você consegue? No mundo fora da pele a regra pode ser "Se você não quer isso, livre-se dele" mas dentro da pele ela permanece ser mais como "Se você não está querendo isso, você o tem".

   Na afirmação, "Se você não está querendo isso, você o tem" é impossível para o cliente fazer uso da literalidade. Por exemplo, à agorafóbica é dito que se ela expressa um desejo de ter ansiedade mas somente porque tal desejo servirá basicamente para eliminar a ansiedade, então ela realmente está relutante e como consequência, a ansiedade certamente continuará. Desta forma, o resultado paradoxal em si ataca a base literal do qual ele depende.

   "EU" VERSUS O QUE "EU" FAÇO

   O terceiro objetivo identificado no Distanciamento Compreensivo é o de ajudar o cliente a distinguir entre a pessoa que ele chama de "EU" e os comportamentos problemas que o cliente quer eliminá-los. O objetivo primário do Distanciamento Compreensivo é estabelecer um novo contexto sócio-verbal dentro do qual as verbalizações podem funcionar de formas novas e mais produtivas. O paradoxo é uma grande ajuda aqui porque ele ataca o significado literal. O ataque, em si, contudo é baseado no significado literal. Uma distinção entre "EU" e o que "eu" faço é útil por permitir ao cliente discernir auto-verbalizações mais rapidamente para o que elas são; não apenas o que elas dizem que são. Isto é, a distinção produz alguma "distância" entre a pessoa e seus próprios pensamentos. Da mesma forma como nos afastamos de um quadro (uma pintura) para vê-la claramente, o propósito não é diminuir o pensamento, mas simplesmente em parte, vê-lo com um pensamento. Assim o propósito do distanciamento não é evitar, mas sim um contato mais rico, mais variado e mais útil com o seu próprio comportamento.

   A seguinte análise é retirada em parte de um tratamento mais detalhado de Hayes (1984, 1987). Deixe a palavra "ver" representar todas as coisas maiores que fazemos com relação ao mundo (sentir, mover, etc). Aos organismos não verbais há apenas o mundo e a visão. A visão é inteiramente controlada pelas contingências diretas (de sobrevivência e reforçamento). Com o advento do comportamento verbal, isto muda. A disponibilidade de equivalência e outras classes relacionais permite à comunidade verbal colocar eventos passados em classes com estímulos presentes. A uma pessoa pode se perguntar coisas como "o que você tomou hoje no café da manhã?" ou "ou o que você fez no circo?". Se a criança responde incorretamente, o controle sobre a resposta pode ser refinado verbalmente, contando com classes relacionais aprendidas em situações mais simples. Por exemplo, se a criança diz que ela brincou com cubos no circo, a questão pode ser "não, você fez isso na escola. O que você fez no circo? Você viu elefantes?". Assim, a comunidade verbal estabelece uma tendência generalizada para responder verbalmente ao próprio comportamento: não somente vendo, mas o que podemos chamar de "ver - vendo", ou auto-conhecimento.

   É também crítico à comunidade verbal, contudo, que este comportamento (ver vendo) ocorre de uma perspectiva dada e consistente, locus ou ponto de vista. A comunidade verbal não deve saber somente o que você vê vendo, mas que você vê vendo do seu ponto de vista. Deste modo, a comunidade verbal cria um "sentido do eu" que tem algumas propriedades muito especiais.

   O comportamento de ver vendo de uma perspectiva pode emergir de várias formas. As crianças são ensinadas a identificar palavras opostas (ex. aqui e lá) que não se referem a eventos, mas à relação entre os eventos de um lado e o ponto de vista da criança de outro. As crianças devem ser ensinadas a distinguir suas perspectivas das dos outros. Crianças jovens, quando perguntadas o que elas comeram, podem relatar o que seus irmãos comeram. Se estão sentados ao lado de uma boneca e perguntados sobre o que a boneca vê, elas podem dizer o que elas mesmos vêem, não o que uma boneca poderia ver. Finalmente, somos ensinados a responder geralmente às questões como "o que você x" onde x é uma grande variedade de eventos tais como comer, sentir, fazer, observar, etc. Os eventos em si mudam constantemente. Somente o locus da observação que não. O invariante é que "você" é colocado em sentenças quando os relatos estão para serem feitos do seu ponto de vista.

   Assim a comunidade verbal cria um tipo de comportamento "de conteúdo-menos" chamado ver-vendo da perspectiva e dá o nome de você. Este comportamento pode até ser a base da distinção matéria/espírito tão prevalente em nossa cultura (Hayes, 1984). O termo "você" é usado também de outras maneiras (ex. você como um organismo físico), mas o sentido da palavra você é de relevância especial ao distanciamento compreensivo em seu sentido anterior.

   Por que isto poderia fazer diferença?. O comportamento de observar pensamentos de uma perspectiva é muito diferente de comportamento de compreender e seguir auto-regras. Ajudando a pessoa a distinguir entre ver-vendo-de-uma-perspectiva e as coisas vistas, isto poderia torná-lo mais propenso a gerar e compreender uma auto-regra sem também seguir aquela regra (conforme Ryle, 1949, p.166). Esta é uma distinção difícil e toma um bom tempo de trabalho na terapia para estabelece-lo solidamente. Um monólogo do terapeuta que explica como distinguir entre você e o que você faz, poderia ser usado deste modo:

   TERAPEUTA: Como exatamente agora, é muito difícil, se não impossível estar fora da luta de livrar-se de pensamentos ou sentimentos "indesejáveis". Você é muito controlado por seus próprios pensamentos sobre o que você precisa fazer. A maneira que normalmente operamos, confundimos o conteúdo de nosso próprio condicionamento com o comportamento de ver os resultados daquele condicionamento. Por causa disso, quando temos um pensamento, é como se aquilo fosse também agora o que é real, não apenas como um pensamento, mas como o que o pensamento diz que é. Quando isso acontece, estamos no que eu chamo de sobre o mundo. Nós conseguimos compreender a que os pensamentos se referem - não o que eles são. Em outras palavras, você não está apenas percebendo o comportamento chamado pensar, você está realmente na situação descrita pelo pensamento. Se você pensa que você está mal, você está mal. Frequentemente, você nem percebe que isto é um pensamento, certo?. Assim, se você tem um pensamento como "Eu não posso suportar isto. Eu preciso sair daqui", não está totalmente claro que o que realmente aconteceu, é que você experimentou a si mesmo pensando. Você não experenciou o que o pensamento realmente disse. A forma do pensamento diz uma coisa, mas você realmente experenciou somente aquilo que você pensou que pensou.

   Eis aqui uma metáfora que pode ajudar. Imagine duas pessoas sentadas em frente a dois computadores idênticos. Dado a um conjunto particular de programação, um certo input produzirá um certo output. A programação destes computadores é como o que lhe aconteceu em sua vida. Dada uma certa situação, uma certa resposta é provável. Digamos que digitamos no teclado alguma coisa e o ouput na tecla é "caia fundo, você é uma pessoa má". Em um caso, imaginemos que a pessoa sentada em frente ao computador está bem atenta da distinção entre si e o computador. Quando o texto para leitura aparece na tela, pode ser interessante, ou talvez algo a considerar, ou talvez algo a mostrar aos outros. Provavelmente não tem que ser mudado, escondido, seguido, desacreditado. etc. A segunda pessoa, contudo, está totalmente absorvida pela tela. Como uma pessoa no cinema, ela se envolve tanto que se esquece da existência da distinção entre ela como um observador da tela e o que está na tela. A leitura como já mencionei, poderia ser mais inaceitável para este sujeito. Para ele, provavelmente será algo a ser negado, esquecido, mudado, etc. Em outras palavras, quando você se identifica com o conteúdo de suas experiências privadas, você quase que automaticamente será controlado por elas, pelo menos com relação a tentar livrar-se delas.

   Eis aqui uma outra metáfora que ajudará neste ponto. Imagine um tabuleiro de xadrez que sai indefinidamente em todas as direções. Neste tabuleiro existem muitas peças de xadrez de todas as cores diferentes. Para torná-lo simples, concentremo-nos apenas nas peças brancas e pretas. Agora no xadrez, supõe-se que as peças estão aliadas com seus amigos para surpreender seus inimigos. Assim as peças pretas aparecem mais ou menos juntas e tentam matar as peças brancas do tabuleiro e vice-versa. Estas peças representam o conteúdo de sua vida: seus pensamentos, seus sentimentos, lembranças, atitudes, predisposição comportamental, sensações corporais, etc. E se você percebe, elas realmente aparecem juntos. Por exemplo, aqueles "positivos" podem agrupar-se você sabe, com aqueles que dizem coisas como "Eu vou fazê-lo",????? E os negativos trabalham juntos também. Assim você perceberá que os "maus" pensamentos estão associados com lembranças "más" e "maus" sentimentos, etc. Agora a maneira como usualmente nós tentamos trabalhar é que nomeamos um desses times como "nosso" time. É como se nós montássemos nas costas da rainha branca e cavalgássemos para guerrear com as peças pretas. Há um grande problema com isso, contudo. Assim que fazemos isto, todas as grandes porções de nós são os nossos próprios inimigos, e mais, se é verdade que "se você não está querendo isso, você o tem "então quando você trabalha com as peças indesejáveis e tenta tirá-las do tabuleiro, elas parecem maiores, maiores e maiores, e isso é de fato o que aconteceu, não é?. A ansiedade, por exemplo, tornou-se mais, mais e mais o foco central de sua vida. Dentro desta metáfora, a coisa triste é que quando você age como se somente parte de sua programação é aceitável, você deve também mover-se de quem é para quem você não é. Para ser ainda mais preciso, você tem que agir como se não fosse por mais tempo quem você experencia ser mesmo. Você tem que esquecer que você não é o computador, na última metáfora. Dentro desta metáfora, você pode ver quem "você" é?.

CLIENTE: Eu não sei. Eu sempre pensei que era as peças. Quem mais eu poderia ser?

TERAPEUTA: Bem, pense a respeito

CLIENTE: O tabuleiro?

TERAPEUTA: Sim, Você vê?. Dentro daquela metáfora, você é o tabuleiro. Você é o contexto no qual todas estas coisas podem ser vistas. Se existisse um pensamento e ninguém para vê-lo, seria como se ele não estivesse lá. Agora você percebe que um tabuleiro, embora seja um tabuleiro, pode fazer somente uma de duas coisas. Ele pode manter o que está sobre ele e ele pode mover tudo (como quando você pega o tabuleiro e movimenta-o no meio de um jogo). Note também que isso não exige qualquer esforço para segurar as peças. Se o tabuleiro quisesse mover as peças num momento, contudo, teria que ser do nível do tabuleiro ao nível da peça. Assim se você estiver no meio das peças, para movimentá-las, você tem que esquecer que você é realmente o tabuleiro. E uma vez que você está no nível da peça, você tem que lutar, porque naquele nível outras peças parecem ameaçar sua verdadeira sobrevivência. Esta é a razão de você não poder logicamente forçar-se a não lutar com suas emoções. É uma causa perdida. O que você pode fazer é distinguir-se como se você experimentasse a si próprio a estar longe dos eventos que você experiencia. Ou seja, você pode ter claro que você realmente está no nível do tabuleiro de qualquer forma. Daquele nível é possível observar a guerra entre suas próprias peças sem realmente ser despedido por elas ou seja, sem ter que tomá-las literalmente ou sem ter que mudá-las antes de você obter o controle sobre sua vida. É somente por perceber que você não tem controle sobre as peças e que você não precisa disso, que você pode ter controle sobre sua vida.

   Em que sentido é possível que o "você" socialmente criado pode ser independente de outros comportamentos? Isto é possível somente porque o comportamento de ver vendo de uma perspectiva (este sentido de "você") é em si, livre de conteúdo. Ou seja, é um comportamento que não pode, por si mesmo, ser visto verbalmente como uma coisa pela pessoa que se comporta desta forma (Hayes, 1984). Tão logo quanto você percebe seu comportamento, ele basicamente já mudou. Se fóssemos ver nossa própria perspectiva, de que perspectiva poderíamos vê-la? Assim, o sentido do eu estabelecido pela comunidade verbal pode ser olhado de, mas não pode ser olhado para - ou pelo menos assim que o fazemos, o comportamento que estamos olhando não está mais ocorrendo no mesmo lugar. Isto significa também que "você" neste sentido não pode ser avaliado só porque as coisas podem ter boas ou más qualidades. Este comportamento não pode ser visto como uma coisa para a pessoa se engajando nele e então, não pode ser avaliado. Pode ser parte do que os clínicos estão falando com frases como "você está Ok como um direito inato". Além disso, o sentido de "ser você" permanece o mesmo através da vida. Isto é assim porque tudo é o sentido de ver da perspectiva. Se isso fosse para mudar, você não seria mais você. Este sentido de imutabilidade é importante porque ele ajuda as pessoas a experienciarem pensamentos negativos e auto-avaliações negativas enquanto que, ao mesmo tempo, sabendo que a parte básica de "você" nunca mudará e que está além da avaliação.

   A suposição do Distanciamento Compreensivo é que, somente quando uma distinção é feita entre este sentido de você e as coisas em sua vida é que é consistentemente possível fazer alguma coisa a mais com os eventos privados "indesejáveis" do que lutar com eles, segui-los, tentar livrar-se deles, etc. Nós temos uma grande quantidade de regras socialmente estabelecidas sobre auto-valor. As pessoas querem ser aceitáveis a si mesmas e aos outros. Infelizmente, devido à avaliação verbal a nível de conteúdo, nenhuma é verdadeiramente aceitável. Nós, às vezes, pedimos aos nossos clientes para nomear uma coisa no universo físico que não pode falhar em qualquer ponto do tempo. Usualmente eles não podem. Então perguntamos, "então por que você deveria ser sempre uma exceção?".

   Neste ponto da terapia, nós frequentemente fazemos exercícios experenciais programados para ajudar o cliente a tornar-se mais consciente da consciência. Também adotamos algo da convenção inoportuna de estruturar frases de forma a tornar clara a distinção entre o eu e o comportamento sendo emitido. Por exemplo, instruimos os clientes a dizer: "estou tendo o pensamento de que eu não posso ir ao passeio" (como oposto a simplesmente afirmar: Eu não posso ir ao passeio) ou "Estou tendo a avaliação de que eu sou uma pessoa má". Esta simples técnica (que os terapeutas da gestalt usaram para os clientes obterem seus "próprios" pensamentos e sentimentos) muito poderosamente traz ao cliente a distinção que estamos tentando fazer entre a pessoa que ela é e as coisas em sua vida.

   Livrando-se da batalha

   Nesta fase do Distanciamento Compreensivo, encorajamos os clientes a começarem a experenciar, deliberadamente, os pensamentos e os sentimentos que, se tomados literalmente, devem ser evitados. Muitas vezes as auto-regras apontam para ações inefetivas. Esquiar ladeira abaixo, ilustrar o ponto: Quando uma pessoa está sobre uma ladeira íngreme, esquiando ladeira abaixo pela primeira vez, a inclinação natural é para inclinar-se para trás sobre os esquis a fim de diminuir e manter o controle da velocidade e rota. Entretanto qualquer esquiador experiente sabe que, de fato, o oposto é verdadeiro - o único meio de obter o controle máximo sobre sua velocidade e curso é inclinar-se para frente na ladeira. Quando encorajamos os clientes a desistirem da luta com o controle, não estamos pedindo-lhes para "sorrir e suportá-lo (tolerá-lo) ou (tough out) seus sintomas até serem capazes de resistir. Ao invés disso, pedimos ao cliente para inclinar-se dentro dos sintomas; encorajamos não somente a parar de lutar, mas igualmente a abraçar muito das coisas que eles verdadeiramente temem.

   O único meio possível dos clientes pararem de lutar com a depressão, ansiedade, auto-depreciação, obsessões é se eles puderem ver estas coisas de um contexto diferente do que é o usual. Procuramos saltar da literalidade, solapar o dar razões e reduzir o controle como um compromisso. Neste contexto, o cliente pode reconhecer as emoções, pensamentos ou sensações corporais como eles são (ex. emoções, pensamentos, sensações corporais), e não como o que eles parecem ser.

   Por exemplo, o pensamento "eu sou uma pessoa má" não é o mesmo como de fato ser uma pessoa má. Pedimos ao cliente para desistir da luta com o pensamento, como um pensamento, não resignar-se a ser uma pessoa má. O sentimento que a agorafóbica tem durante um ataque de pânico de que está ficando louca não é o mesmo que experiência real de tornar-se psicótica. Pedimos o cliente para experenciar o medo da loucura não de fato experenciar entrar numa psicose.

   Compromisso e Mudança Comportamental

   O 5° objetivo do Distanciamento compreensivo é fazer um compromisso para a ação. Neste estágio da terapia, o cliente foi levado a ver as razões como mero comportamento verbal, não causas literais. Uma descrição de algo é ainda apenas uma forma de falar e o valor de qualquer forma de falar está para ser encontrado em sua função. A correspondência entre a palavra e a coisa não é a questão. Se um cliente sinceramente explica que as coisas "realmente são" de modo que ele os descreveu, o terapeuta mais provavelmente pergunta: "e essa forma de falar funcionou para você?". Em outras palavras, a análises que resultam.

   Alguns autores (ex. Killeen, 1984) criticou o uso do chamado comportamento de ações privadas, mas há fortes razões para isso. Primeiro, ele enfatiza que o trabalho da psicologia é explicar estes eventos. Se nós procuramos compreender o comportamento de um indivíduo, considerar pensamentos como comportamento requer que também compreendamos os pensamentos. Segundo, ele evita explicações incompletas que não são úteis para a predição e o controle (veja Hayes & Brownstein, , 1986). Nós, intuitivamente, reconhecemos que a explicação de um comportamento através de um outro do mesmo tipo é inerentemente incompleta. Por exemplo, se afirmamos que uma pessoa jogou bem "Scrabble" porque ela jogou bem "Trivial Pursuit", nós imediatamente imaginaríamos que ela jogou bem Trivial pursuit porque os dois estão relacionados. Suponha, entretanto, que parece que mudamos os campos dos dois eventos relacionados. Suponha que afirmamos que a pessoa jogou bem Scrabble porque ela tinha uma boa inteligência verbal e que era confiante e audaciosa. Esta explicação não parece tão obviamente incompleta com a primeira. Parece que como os eventos explanatórios são de um tipo diferente do que o evento explicado, são então possivelmente completos. Usando o termo comportamento para toda a atividade organísmica, esta auto-decepção é menos provável.

   Há uma razão final para considerar as ações privadas como sendo comportamentos. Uma vez que nos acostumamos a pensar do controle cognitivo como uma forma de relação comportamento-comportamento, podemos começar a pensar as relações comportamento-comportamento em termos de análise de contingências. Fazer isto requer que entendamos as contingências causando cada comportamento e (e isto é o crucial do tema) a relação entre elas. Desta forma devemos perguntar "quais são as contingências que apoiam a relação entre pensamentos e outras formas de ação humana?". Nesta visão, os pensamentos e as auto-regras não necessariamente produzem qualquer efeito sobre os outros comportamentos. É somente devido ao contexto (as contingências) que uma forma de comportamento se relaciona ao outro. Quais são as contingências que levam os pensamentos verbais a controlar outras formas de comportamentos?. Nós apontamos para três.

   Contextos relevantes ao controle patológico de auto-regras

   Os contextos mais característicos nos quais os problemas dos clientes estão encravados são: 1) literalidade; 2) dar razões; e 3) a tentativa para controlar. O primeiro destes; a literalidade, estabelece o palco para os outros.

   LITERALIDADE

   Através dos processos descritos no Capítulo 5 neste volume, frequentemente as palavras vêm a ser usadas como se elas significassem ou fossem as coisas às quais elas se referem. Uma palavra e a situação a que ela se refere, pode ser facilmente confundida. Por exemplo, "Estou doente" literalmente significa que a situação de doênça chegou. Mesmo o fato mais direto, de dizer "Eu estou doente" está virtualmente encoberto na avalanche do significado literal.

   Se um membro da classe relacional (ex. o "referente") é considerado presente quando um outro membro (ex. uma "palavra") está presente, as ações apropriadas ao primeiro são provavelmente ativadas pelo segundo. Por exemplo, o pensamento "Estou doente" pode resultar num pedido da criança para ficar em casa ao invés da escola, independente do estado real de sua saúde. Se a mãe é convencida pelas palavras da criança de que ela se sente mal, provavelmente será permitido a ela ficar em casa. Uma relação comportamento-comportamento entre dizer coisas (ex. pensar verbalmente) e uma ação aberta é desse modo estabelecida pelo "contexto da literalidade" criada e apoiada amplamente pela comunidade verbal.

   Temos extensivas histórias da comunidade verbal mantendo uma equivalência grosseira entre palavras e eventos. Estamos encorajados a engajar-nos em análises formais de situações e então responder a estas análises. A comunidade verbal está constantemente apertando a equivalência entre nossa fala e o mundo. Estímulos verbais são estímulos puramente arbitrários, e existem poucos impedimentos para amarrar completamente a equivalência de classes emergentes.

   Como resultado final, quando pensamos em algo, não é sempre óbvio que ele seja mesmo um pensamento. Num sentido, as classes relacionais envolvidas são tão amarradas que é difícil ver que as funções de um membro de uma classe são de fato derivadas daquelas de outros membros. A insensibilidade produzida por regras verbais pode, em parte, ser baseada neste fato verdadeiro. Um dos objetivos do distanciamento compreensivo é "perder" a equivalência de classes verbais, particularmente em conversas descritivas ou analíticas. Exatamente porque isto é um objetivo que se tornará mais claro como o método e as suposições subjacentes são descritas. Diferente dos outros métodos, contudo, que tenta ensinar tatos preciosos, o objetivo primário do Distanciamento é ajudar os clientes a ver a conversa como uma ação que pode ser útil ou não útil, dependendo do contexto.

   DAR RAZÃO E CONTROLE

   No contexto da literalidade a justificação verbal adquire considerável potência. É geralmente aceito pela comunidade verbal-social que certos eventos podem explicar outros eventos. Por exemplo, a agorafóbica diz ao seu marido que ela não vai hoje à mercearia porque ela está muito ansiosa. Esta explicação para seu comportamento de esquiva provavelmente gera um apoio simpático da comunidade porque muitas pessoas podem identificar-se com a experiência de evitar uma situação onde eles poderiam ficar com medo. Assim, dentro da comunidade verbal-social, uma relação particular comportamento-comportamento é estabelecida que parece ser de uma natureza causal: Quando estou ansioso, isto me faz evitar o que é temido e esta esquiva faz a ansiedade ir embora. "Ansiedade torna-se um evento que aparentemente pode fazer outros eventos comportamentais ocorrerem, mas ele o faz em parte por causa do apoio social para esta verdadeira concepção.

   O controle é uma extensão da literalidade e de dar razões. Se a ansiedade pode causar esquiva e a esquiva é prejudicial, então a ansiedade deve ser controlada a fim de melhorar os fatos. Esta concepção é também maciçamente apoiada pela comunidade verbal. O apoio social para controlar. "maus pensamentos" ou "maus sentimentos" é em si parte do contexto no qual estas ações privadas precipitam outras ações, denominadas tentativas de livrar-se destes verdadeiros pensamentos e sentimentos.

   O PROBLEMA E A SOLUÇÃO

   "Livrar-se de " é a "solução" do cliente. Em nossa visão, é ao contrário, um aspecto do problema. O Distanciamento Compreensivo, (Hayes, 1987), busca descobrir uma solução mais praticável através do abalamento dos três contextos de literalidade, dar razões e controle. A esperança é que, fazendo isso, processos mais diretos de controle de contingências podem ter mais de um impacto e que as soluções impraticáveis, mas lógicas podem ser abandonadas. Adicionalmente, certas formas válidas de controle por regra podem se tornar mais prováveis.

   Devido a cada um dos três contextos relevantes não serem somente parte da perspectiva do cliente, mas também parte da comunidade verbal-social (incluindo o do terapeuta), eles são muito difíceis de explicar. De fato, o único meio possível de fazer isso é se comportando de forma que não sejam "lógicas", nem "razoáveis" e, dessa forma, ficando fora dos contextos verbais, o terapeuta está buscando a suspensão do contexto.

   Desamparo Criativo

   No primeiro estágio do Distanciamento Compreensivo, uma tentativa é feita para estabelecer um estado de "desamparo criativo" no cliente. O cliente tipicamente vem para a terapia com um conjunto de problemas identificados e mais frequentemente, um conjunto de soluções verbais aos problemas. Ao terapeuta é então pedido para assistir o cliente na implementação destas soluções (ex. clientes ansiosos desejam ser calmos). Este conjunto de problemas e soluções identificados, surge de um conjunto de práticas estabelecidas e mantidas pela comunidade de organismos verbais da qual todos nós somos uma parte. Desamparo Criativo é o nosso nome para a condição na qual as "soluções" do cliente começam a ser vistas como os problemas dele, ou pelo menos, como impossíveis de implementar. Quando todas as "soluções" não são disponíveis, o cliente sente-se sem ajuda, mas é um desamparo criativo porque, fora deste contexto, fundamentalmente novas abordagens são possíveis.

   Nesta primeira parte da terapia, ao cliente é dito que a "solução" que ele está propondo é parte de seu problema e que o terapeuta não pode fornecer, possivelmente, uma técnica para eliminar, controlar ou reduzir as emoções ou as reações aflitivas que o cliente está experimentando. A situação é "desamparado", porque mesmo se o terapeuta pudesse fazer o que o cliente está pedindo, isto não produziria o resultado desejado.

   Em nossa visão, o cliente está sem ajuda e desamparado dentro do contexto do qual ele está atualmente operando. Aos clientes é dito que eles não se culpem, mas que eles são responsáveis, isto é, capazes de responder. Os diversos e variados meios que o cliente já tentou para mudar, nos quais falhou, são exploradores com o terapeuta. Devido que as coisas que o cliente já tentou e abandonou são tipicamente lógicas e de senso comum, torna-se claro que alguma mudança além da lógica verbal ordinária é necessária. Usando metáfora, o terapeuta descreve o dilema do "desamparo" em termos que identifica o sistema verbal-social no qual o cliente foi treinado, não o cliente pessoalmente, como o problema real. Por exemplo, em terapeuta pode dizer:.

TERAPEUTA: Deixe-me dar-lhe uma metáfora que pode ajudar a ver o que estou dizendo. A situação em que você está é mais ou menos como esta. Imagine um grande campo. Você está com os olhos vendados com algumas ferramentas dadas e lhe é dito para correr através do campo. Embora sem você saber, existem buracos neste campo. Eles estão amplamente espaçados na maioria dos lugares mas, mais cedo ou mais tarde, você acidentalmente cai dentro de um. Agora, quando você cai no buraco, você começa a tentar sair. Você não sabe exatamente o que fazer, assim você pega a ferramenta que parece ser mais útil e você tenta sair. Infelizmente, a ferramenta que lhe foi dada é uma pá. Assim você cava. mas cavar é uma coisa que faz buracos, e não um meio de sair dele. Você pode tornar o buraco mais fundo ou mais largo ou pode existir todos os tipos de passagens que você pode construir, mas você provavelmente permanecerá neste buraco. Assim você tenta outras coisas. Você pode tentar descobrir exatamente como caiu no buraco. "Se eu simplesmente não tivesse virado para a esquerda na subida, eu não estaria aqui", você pode pensar. E naturalmente que é literalmente verdadeiro, mas não faz qualquer diferença. Mesmo que você soubesse de cada passo dado, isto não tiraria você do buraco. Assim não vamos gastar muito tempo pensando nos detalhes do seu passado - muitos destes virão à tona por outras razões e lidaremos com eles, mas não como uma forma de tirar você do buraco em que está. Uma outra coisa que você pode fazer é tentar encontrar uma pá realmente grande. Talvez isto seja o problema. Você precisa de uma pá banhada a ouro. É exatamente por isso que está aqui. Você pensa que eu tenho uma pá banhada a ouro. Mas eu não tenho e, mesmo que tivesse, isso não faria nenhum bem pois pás não tiram as pessoas dos buracos. Para sair do buraco você precisa de uma escada, não de uma pá.

CLIENTE: Então, o que é a escada? Como eu posso sair?

TERAPEUTA: Veja, a razão de eu não poder responder isso agora é que isto não melhoraria nada até você realmente livrar-se desta determinação de cavar seu caminho de saída. Nesse exato momento, se lhe fosse dado uma escada, você tentaria cavar com ela. Assim, deixe-me voltar ao assunto e dizer que não podemos prosseguir até você realmente começar a encarar o fato de que não há caminho de saída, dada a forma como você está enfocando isso. Não importa como você o faz, você não pode cavar sua saída. Cavando rápido não adianta. Pondo mais esforço, não adianta E não há nada para fazer que funcionará até você jogar fora a pá. Existe alguma coisa mais, que eu quero lhe falar sobre isto. Na metáfora não é a falha da pessoa que o fez cair no buraco e não é por sua culpa que ele não pode sair. Se não estiver nesse buraco, poderá estar em outro. Falha e culpa existem quando acrescentamos uma condenação social para tentar motivar alguém a mudar. Você não precisa disso. Você já está motivado a mudar. Desse modo, não é sua culpa. Não deve se culpar. Você é, contudo, responsável no sentido da habilidade de responder. Você tem uma habilidade de responder diferencialmente na situação, mais do que você fez. Você simplesmente não sabia que o tinha feito. Você não precisa passar anos cavando furiosamente, como você tem feito. Se isto não é verdade, então nada pode ser feito agora, assim não tente se esquivar da responsabilidade - saiba apenas que a habilidade de responder não é o mesmo que culpa. Não precisamos de culpa aqui. As consequências em si já são suficiente aversivas sem ter que despejar mais condenação social sobre elas. Quero que saiba que está bem claro para mim que você gostaria que sua vida funcionasse. Se você sabia o que fazer, você já deveria tê-lo feito.

   A confusão é mantida deliberadamente para evitar que o cliente intelectualize e compartimentalize o seu dilema nas mesmas soluções e insights de senso comum que falharam no passado. Por exemplo, ao cliente é dito que se ele está compreendendo o que o terapeuta está dizendo, então certamente, ele não está entendendo-o porque dentro do contexto lógico verbal que ele está operando, o real significado do terapeuta não pode possivelmente ser entendido. A metáfora é usada extensivamente para fixar ao cliente que o terapeuta não está apresentando um novo e diferente sistema de crenças a ser abraçado literalmente.

   Verdade não é uma questão de comportamento - é uma questão de utilidade.

   Tendo alterado o contexto no qual a fala do cliente é usada, algumas outras formas de falar podem funcionar de novas formas. Compromissos verbais tornam-se muito importantes. Dentro deste contexto clínico, o cliente que faz um compromisso não tem desculpas aceitáveis para um fracasso em seguir adiante. Este estágio do tratamento não é punitivo: não há tentativa para "punir" o cliente queixoso ou induzi-lo a manter seus compromissos. Ao invés disso, um ambiente verbal foi criado na terapia que não permite uma fuga lógica.

   Embora os efeitos produtores de insensibilidade de certos tipos de fala sejam nocivos, em outros casos a insensibilidade é desejável. Os compromissos são um exemplo. As promessas normalmente funcionam melhor quando elas são mantidas. Então o objetivo da terapia neste ponto é a prática de fazer e manter compromissos varbais bem sucedidos. Os compromissos que os clientes vem a estabelecer para si, frequentemente suportam pouca semelhança às queixas iniciais apresentadas que os trouxeram à terapia. A dimensão e a importância rotulada de cada compromisso são considerados irrelevantes ao processo, enquanto ele estiver salientando o crescimento ao invés de inibi-lo. Em nossa opinião, este estágio da terapia é possível somente depois que o cliente alcançou alguma habilidade em distinguir o "eu" dos seus comportamentos problemas e após o dar razão e a literalidade perderam sua credibilidade e poder.

   Um compromisso, naturalmente, é uma auto-regra. Um compromisso para mudar um comportamento aberto é uma regra que, no mínimo teoricamente pode ser seguida. O esforço para sentir ou pensar somente em certas coisas não pode ser seguido porque muitas destas ações não estão elas próprias sob o controle verbal. Desta forma procuramos uma discriminação entre as auto-regras que não podem ser seguidas efetivamente (i. e. regras de esquiva emocional) e as auto-regras que podem ser seguidas efetivamente (ex. compromissos à mudança de comportamento). O paradoxo é que, por reduzir a literalidade, os compromissos verbais deste tipo parecem tornar-se mais efetivos e mais impactantes sobre a mudança do comportamento.

   EVIDÊNCIA DA EFICÁCIA

   O Distanciamento Compreensivo é um novo procedimento, conscientemente baseado sobre a literatura comportamental analítica sobre a equivalência e o governo por regra e deliberadamente amarrada à filosofia contextualística. O primeiro relato formal do procedimento foi em 1987 (Hayes, 1987). Havia somente um punhado de tentativas para avaliar o resultado do procedimento. O trabalho feito tem sido de suporte (veja Hayes, 1987).

   O Distanciamento Compreensivo pode ser um tratamento efetivo para a depressão. No primeiro estudo de sua eficácia, ele excedeu a efetividade da "terapia cognitiva de Beck", amplamente conhecida como a psicoterapia mais efetiva programada para a depressão (Zettle, 1984). É também sabido que os progressos no distanciamento compreensivos não ocorrem reduzindo a frequência dos pensamentos depressivos, como ocorre na terapia cognitiva. Em vez disso, a credibilidade destes pensamentos diminui radicalmente (Zettle & Hayes, 1986). O Distanciamento compreensivo também é efetivo com as desordens de ansiedade de vários tipos (Hayes, 1987). O trabalho é preliminar e ainda não se sabe se o distanciamento compreensivo provará ser muito efetivo do que outras técnicas. O que é particularmente interessante à esta altura sobre o Distanciamento Compreensivo não é a sua efetividade conhecida, mas o fato de que uma terapia baseada em pesquisa básica contemporânea analítica-comportamental tenha-se desviado tão massiçamente às abordagens "comportamentais" foram baseadas em princípios comportamentais disponíveis nos anos 50 e 60.

   CONCLUSÃO

   A literatura analítica-comportamental teve uma forte influência sobre o campo da psicoterapia aplicada, especialmente na análise comportamental aplicada. A série de princípios analíticos-comportamentais aplicada aos problemas humanos, contudo, foi primariamente limitada aos princípios de controle direto de contingências; foram primariamente aplicados em crianças e populações institucionalizadas. A literatura mais recente sobre governo por regra e classes relacionais é quase desconhecida fora da área básica. Estas descobertas mais novas parecem ter maior relevância direta aos adultos verbais. Elas são úteis na interpretação das intervenções existentes em muitas áreas (ex. veja o capítulo 9 neste volume).

   O propósito do presente capítulo foi mostrar que os tipos de análises básicas desenvolvidos neste livro podem ser úteis em gerar novas idéias e intervenções. Isto é talvez um resultado da novidade das contribuições básicas feitas na tentativa de analisar o governo por regra onde a maioria das recentes extensões clínicas desviam radicalmente do que se pode esperar das intervenções comportamentais. Modelando habilidades sociais sem instruções, usando a relação terapêutica para modelar comportamento efetivo e usando intervenções verbais paradoxais para recontextualizar os pensamentos do cliente é muito diferente do que é usualmente chamado de terapia Comportamental. Além do mais, elas todas suportam notáveis semelhanças às intervenções "não comportamentais" por clínicos como Rogers, Frank ou Perls.

   Se esta tendência é uma anormalidade ou a precursora de coisas que estão por vir, ainda não está claro. A maioria destes esforços são muito preliminares e podem não provar serem úteis quando sujeitos a posterior avaliação empírica. Ainda, é interessante que as extensões aplicadas da literatura do governo por regra tenha tomado esta direção. Se estas extensões se mantém, será fortalecida a importância da análise básica, demonstrando que as novas abordagens estão emergindo da literatura analítica-comportamental básica. Alguns destes princípios podem também ajudar a por uma boa ordem teórica na desarrumada área da Psicoterapia de adulto. É irônico, mas a análise básica de comportamento pode estar construindo o tipo de base teórica que muitas das técnicas "não comportamentais" precisaram, a fim de amarrar a sabedoria clínica aos princípios cientificamente validados.

 

 

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