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Behaviorismo Metodológico, Mentalismo e Behaviorismo Radical
Maria Amélia Matos


Behaviorismo Metodológico, Mentalismo e Behaviorismo Radical - Maria Amélia Matos

   O Behaviorismo surgiu, no começo deste século, como uma proposta para a Psicologia tomar como seu objetivo de estudo o comportamento ele próprio, e não como indicador de alguma outra coisa, ou seja, como indício da existência de um fenômeno que se expressaria através do comportamento. Surgiu como reação às posições, então dominantes, de que a Psicologia deveria estudar a mente ou a consciência dos homens. Na Idade Média, a igreja explicava a ação, o comportar-se pelo homem pela posse de uma alma. No início deste século, os cientistas o faziam pela existência de uma mente. As faculdades ou capacidades da alma agiriam como pulsões sobre o homem, e assim, impulsionando-o à ação, explicariam seu comportamento. Objetos e eventos criariam idéias nas mentes dos homens e estas impressões mentais controlariam suas ações, organizando-as ou gerando-as. Na verdade ambas são posições essencialmente similares, por dualistas e causais: o homem é concebido como tendo duas naturezas, uma divina e uma material, ou uma mental e uma física, e a divina (ou mental, dependendo do século em que situemos nossa análise) determina o modo de ação da material e física. Contudo esta é uma posição difícil, conflitante, porque necessita que se demonstre como essas naturezas contatuam, já que estão em planos diferentes. Note-se, além disso, a circularidade do argumento: ao mesmo tempo em que essa alma, mente ou idéias causavam e explicavam o comportamento, esse comportamento era a única evidência desta alma ou desta mente. Aceitando essa posição mentalista o acesso às idéias ou imagens mentais se faria somente através da introspecção, que seria então revelada através de uma ação, gesto ou, mais frequentemente, da palavra. Temos aqui um modelo estritamente causal e mecanicista do comportamento humano. (a) o indivíduo passivo recebe impressões do mundo; (b) estas impressões são estampadas em sua mente constituindo sua consciência; (c) que é, então, a entidade ou agente responsável pelas ações desse individuo (em outras versões a consciência seria o local onde ocorreriam determinados processos que, por sua vez, seriam os responsáveis por essas ações). Como se vê, os processos cognitivos, tão falados hoje em dia, são, em suas origens, uma forma de Animismo ou Mentalismo. Nosso comportamento seria formentado em nossa cultura por circunstancias do dia a dia; mas só ocorreria de fato mediante a ação de processos subjacentes de natureza neural, mental, e, por que não, conceitual. A cognição é algo a que não tenho acesso direito, mas que fica evidente no comportamento lingüístico das pessoas, no seu resolver problemas, no seu lembrar, etc. Esquecem-se os cognitivistas, 1 Palestra apresentada no II Encontro Brasileiro de Psicoterapia e Medicina Comportamental, Campinas, out/93. Versão revisada encontra-se publicada em: Bernard Rangé (org) Psicoterapia comportamental e cognitiva: pesquisa, prática, aplicações e problemas. Campinas, Editorial Psy, 1995. 

 

 

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